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domingo, 26 de dezembro de 2010

O ano que caminha para seu fim, por um olhar curioso: Retrospectiva 2010

Tirinha da Mafalda, de Quino

            Há aproximadamente um mês, um amigo postou um comentário em um site que me chamou a atenção por sua interessante contradição: ele dizia que o ano de 2010 foi, de certa maneira, o melhor e o pior ano de sua vida. À primeira vista, a afirmação parece não fazer sentido. Pensei sobre ela muito pouco e, durante algum tempo, deixei-a de lado.

            No entanto, após completar dezessete anos (exatamente no dia 17 deste mês de Dezembro) e com a chegada inevitável dos últimos dias que compõem o ano que representa o final da primeira década do século XXI, surpreendi-me refletindo profundamente sobre esse ano marcado por acontecimentos e circunstâncias que foram os principais responsáveis pelo crescimento e amadurecimento que moldaram a pessoa que hoje sou e que tanto contrasta com a pessoa que, há doze meses, aguardava ansiosa o futuro que o próximo ano prometia, fazendo inúmeras especulações.
            Certamente, a Sofia de doze meses atrás jamais poderia acertar em suas conjecturas o quão importante seria o ano de 2010, uma vez que os acontecimentos que poderia imaginar naquela época jamais se igualariam ao que realmente aconteceu no esperado ano. Foram esses acontecimentos – tanto da esfera pública quanto das questões particulares – que possibilitaram que, a partir do acúmulo de informações, aprendizados e experiências, essa Sofia subisse pelo menos mais um degrau na escada que representa o caminho da vida e do conhecimento. Com isso, aquela Sofia tornou-se o “Eu” de hoje, alguém que, apesar de entender apenas um pouquinho de um todo, tenta agarrar o máximo de informações possíveis para engolir esse todo – mesmo que abarcar tal todo não seja humanamente possível.
           Deixando as metáforas de lado por um momento, o fato é que esse ano proporcionou grandes mudanças, não só em minha pessoa, mas na minha visão da realidade e do universo que me cerca – em todos os campos de conhecimento e vivência.
Foto de Júlia Salustiano, da série Tercetos - em exposição em Brasília
            No campo pessoal, por exemplo, 2010 representou um ano de fortalecimento de minha família. Observei minha irmã mergulhar profundamente na arte da fotografia (foto acima), realizando diversos projetos e ensaios fotográficos, enquanto meu irmão, artista plástico, além de ampliar seu conhecimento na arte em si, engajara-se no movimento estudantil na universidade. Meus pais, por sua vez, ensinaram-me sabiamente durante mais um ano a caminhar por essa estrada imprevisível que é a vida. Tive a alegria, ainda, de ouvir minha mãe tocar seu piano para nós com seus dedos ágeis de pianista e de ver o surgimento de um grande livro, cheio de Metamorfoses, com poemas de meu pai e desenhos de minha tia. Sem dúvida, 2010 foi um ano de criação artística ininterrupta em nossa casa e em nossa família, com muitas festas, alegrias e casamentos que trouxeram novas pessoas – sempre com muita alegria – às nossas vidas. Encerramos o ano, ainda, com uma valiosa companhia que veio nos visitar, minha grande inspiração para escrever, dono de um espírito nordestino que encanta.
            Mas, como todos sabemos, nem tudo são flores. O brotar de novas amizades e o  amadurecimento de antigas (algumas que inclusive já duram doze anos) caminhou lado a lado com o enfraquecimento de outras, uma vez que as decepções sempre se fazem presentes – são buracos que ameaçam nos tragar eternamente para dentro de si, mas dos quais devemos lutar para nos libertar. Dessas situações, guardo apenas a angústia de não ter me manifestado em momentos que tais manifestações eram imprescindíveis.
            Quanto à música e à poesia, 2010 foi um ano de descobertas maravilhosas, descobertas que trouxeram ao meu conhecimento versos como:

“De repente do riso fez-se o pranto,
silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento,
Que dos olhos desfez a última chama,
E da paixão fez-se o pressentimento,
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente,
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo, o distante,
Fez-se da vida uma aventura errante,
De repente, não mais que de repente.”

 Soneto de Separação, de Vinícius de Moraes

            Dessa maneira, fui lendo e ouvindo outros tantos versos e melodias que nos mergulham numa efusão de sentimentos só assim expressados, belezas que desconhecia. Fui ao show de Gilberto Gil aqui em Brasília no início do ano, quem há muito já admirava, ouvi as músicas de Caetano e de Carlos Lyra, bebi das belíssimas palavras do grande Vinícius de Moraes e mergulhei profundamente nas canções riquíssimas de Chico Buarque, canções que só fui conhecer verdadeiramente nesse ano especial. Inevitável não apaixonar-se por essa música tão brasileira e, ao mesmo tempo, tão universal.

Joan Baez, retirado do site joanbaez.com/
            Mas também não deixei de aprofundar-me na música internacional, sempre ouvindo incessantemente a grande cantora de minha alma, Joan Baez. Esse ano não teria sido o mesmo se deixasse de lado essa voz que sempre me encanta e outras essenciais como as vozes de Tony Bennett e Ella Fitzgerald. Também não abandonei os Beatles, é claro, pois essa banda, eternamente na mente do mundo, foi um dos responsáveis por acender esse amor que tenho pela música, que já não me deixa mais. Em 2010, toquei muito meu violão com o auxílio do melhor dos professores, um professor completo que me ensina, acima de tudo, sobre a importância de se levar a vida com paixão pelo que fazemos.
            Na literatura, fiz também grandes descobertas, sendo a maior delas Machado de Assis. Após a minha leitura de Dom Casmurro, tive plena certeza de que a literatura é uma das mais completas (se não a mais completa) formas de arte criada pelo homem. Machado, dono de um profundo conhecimento sobre  o psicológico e as relações humanas, desdobra sua história com maestria. Ainda devo ler inúmeras vezes Dom Casmurro e outras obras do autor até entendê-las completamente (até esse ano, conhecia apenas o conto O Alienista), mas o farei com profundo prazer.
            No entanto, apesar de todas essas descobertas e experiências extremamente valiosas, quando penso em 2010, percebo que a maior transformação que tal ano trouxe em minha pessoa foi a construção de um pensamento crítico e a certeza de que a política é característica intrínseca do ser humano – aqueles que tentam negá-la estão negando o que os torna humanos. Afastando-me dos factóides e dos preconceitos difundidos por certa mídia (inevitavelmente parcial, embora grite aos quatro ventos defendendo sua imparcialidade – estava na cara do povo e o povo viu), lancei-me na busca incessante por informações dotadas de verdade e fundamentação. Com isso, conheci grandes sites, blogs e revistas comprometidos com a difusão da informação (obs: ao lado, você pode encontrar algumas recomendações de sites e blogs na seção "Visito"). 2010 foi um ano em que, devido ao espírito eleitoral, medos, preconceitos e mentiras achavam meios fáceis de propagarem-se.
           Fui construindo aos poucos um pensamento crítico e consciente, pois fui atrás da informação em diversas fontes. Com isso, tive certeza de que havia chegado a hora da mulher. Mas não qualquer mulher e sim aquela mulher em especial. Mulher que, vivendo os terrores da ditadura, poderia ter escolhido os confortos que a posição confortável de classe média lhe oferecia, mas decidiu ir à luta em defesa dos direitos que lhe eram negados. E, assim, tal mulher guardou não apenas as qualidades que toda mulher tem em si, mas também as qualidades que adquiriu em sua experiência, sendo uma pessoa que arriscou sua vida por um sonho em que a democracia prevaleceria. E assim, declaro com o maior orgulho e prazer que, apesar de não ter tido a oportunidade (pois a idade impedia) de votar no metalúrgico que, carregado nos braços do povo, chegou ao poder e construiu um governo de oito anos em que 28 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza e 36 milhões de pessoas entraram para a classe média, que zerou a dívida com o FMI, que deixa o Brasil com 300 bilhões de dólares em reservas internacionais e o menor índice de desemprego que o país já teve, que termina o mandato com 80% de aprovação da população e que, acima de tudo, contribuiu para a construção do orgulho de ser brasileiro, dentre inúmeras outras conquistas que não posso citar devido às restrições de espaço, tive a oportunidade, votei e o povo brasileiro elegeu Dilma Rousseff. Dessa maneira, em 2010, elegemos a Primeira Mulher Presidente do Brasil (ou nossa Primeira Presidenta).
Dilma Rousseff e neto
           Acompanhei a batalha nas eleições e vi inúmeras vezes preconceitos serem utilizados como fundamentação para argumento. Outras vezes, ouvi argumentos bem fundamentados e preparei-me com o máximo de informações que pude para discussões. Certamente minha maior conquista esse ano foi a descoberta de fontes que, comprometidas com a verdade e com a democracia, proporcionaram as informações que eu precisava para a minha escolha. Com isso, 2010 foi responsável pelo amadurecimento de meu conhecimento crítico (que ainda tem muito a amadurecer) e pela felicidade de ter buscado ao máximo informações para fundamentar e formar minhas escolhas. Enfim, nesse ano, tive a oportunidade de exercer meu dever como cidadã de forma consciente. Tive orgulho de, não tendo obrigatoriedade do voto, por ter apenas dezesseis anos na época, decidir por manifestar minha opinião indo às urnas.
Tenho plena certeza de que ainda há muito pelo mundo para ser desvendado por meus olhos curiosos. Mas 2010, inevitavelmente, me transformou como nenhum outro ano. Também vemos essa mudança no Brasil, país que alcançou o patamar de 8ª economia do mundo e que venceu grandes batalhas, com um povo cada vez mais cheio de si, cada vez mais certo da força do Brasil.
           A Copa do Mundo que não trouxe grandes emoções para o povo brasileiro, as eleições que elegeram a Primeira Mulher Presidente do Brasil, as decepções pessoais, as alegrias que valiosas amizades me proporcionaram, os vazamentos do Wikileaks, o fortalecimento de uma família maravilhosa, o caso feminazi na blogosfera, a participação em um musical, o episódio da bolinha de papel, a descoberta reveladora de cientistas da NASA, as descobertas na música e na literatura, a vivência do 2º ano do Ensino Médio – todas essas situações, pessoais ou não, se misturam em minhas lembranças desse ano maravilhoso que caminha para seu fim.
           Não posso dizer que este ano foi o melhor e o pior ano de minha vida, como meu amigo o fez, pois há outros anos que competem nessa classificação, mas certamente essa frase representa a visão que tenho de 2010:  um ano repleto de contradições – tristezas e alegrias, decepções e grandes descobertas. No entanto, são contradições que nos fortalecem. 2010 definitivamente foi um excelente ano. Tive sorte de vivê-lo.
E que venha 2011! 





Feliz Ano Novo!






Textos e links interessantes das últimas semanas:  

. Um ano muito revelador, por Luciano Martins Costa no Observatório da Imprensa. 
. Carta à Presidenta, na Revista Fórum, por Idelber Avelar (também no O Biscoito Fino e a Massa);

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Então é Natal...


        Para não deixar essa data especial passar em branco aqui no Violeta, aproveito para dar uma rápida passadinha por aqui e desejar a todos um Feliz Natal e Boas Festas! Deixo ainda abaixo um vídeo com a música Happy Xmas (War is Over), mensagem deixada por John  Lennon há mais de 30 anos. Aproveitemos a alegria dessa data e celebremos as conquistas do ano (pois lutamos muito, com certeza), mas não deixemos de refletir sobre nossas ações e os problemas que muitos ainda enfrentam no mundo.






Feliz Natal e Boas Festas!
        Sofia Botelho

Observação: Nos últimos dias, estive trabalhando em um post em que trarei uma retrospectiva do ano de 2010 sob o meu olhar. Ainda estou fazendo correções, mas espero publicá-lo no dia 27.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Homenagem aos 80 anos de Tony Bennett

        Em 2006, foi lançado um especial para TV em comemoração aos 80 anos do cantor norte-americano Tony Bennett, considerado por Frank Sinatra um dos maiores cantores do século XX. De fato, como apresentado no especial, Sinatra disse à Life Magazine em 1965: "But for my money Tony Bennett is the best singer in the business. [He] gets across what the composer had in mind, and probably a little more” (trad. livre: "Mas, por meu dinheiro, Tony Bennett é o melhor cantor do negócio. Ele consegue transmitir/expressar o que o compositor tinha em mente e provavelmente um pouco mais").

        No entanto, Tony Bennett não é apenas um dos cantores mais queridos do século XX. Dentre os inúmeros prêmios recebidos durante sua carreira musical, Tony foi escolhido pelas Nações Unidas para receber o prêmio de Cidadão do Mundo.
        O especial, chamado Tony Bennett: An American Classic, idealizado e dirigido por Rob Marshall (diretor do famoso musical Chicago), conta com apresentações do cantor acompanhado de convidados especiais conhecidos no cenário musical, como Elton John, Michael Bublé, John Legend, k.d. lang, Diana Krall, Stevie Wonder, Barbra Streisand e Chris Botti.


        Recheado de números musicais e muita dança, o especial também apresenta uma breve biografia de Tony Bennett, narrada por Robert DeNiro, Bruce Willis, Billy Crystal e Catherine Zeta-Jones.

Imagem do site: http://www.posters.ws/11599/
          Tive a grande oportunidade de ir a um show desse cantor admirável ano passado, quando Tony Bennett realizou uma turnê pelo Brasil, passando pelo Rio de Janeiro, Brasília, Recife, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte. Foi um momento emocionante. Sua voz é ainda mais acolhedora e suave ao vivo. Tive ainda a sorte de, ao final do show, ouvi-lo cantar Smile, de Charles Chaplin, uma de minhas músicas favoritas. Experiência única. Tony Bennett canta com a alma. Recomendo o DVD do especial.




Trecho do especial: Tony Bennett e Stevie Wonder cantam For Once in my life.

sábado, 30 de outubro de 2010

Nas rodas do tempo...



        Novamente vagando pelo Youtube, encontrei esse vídeo fantástico da apresentação de Chico Buarque com o grupo MPB4, interpretando a sua composição Roda-Viva no Festival de 1967 (III Festival de Música Popular Brasileira), festival que revolucionou a música brasileira. Ao assistir o vídeo, nos surpreendemos em saber que Chico não ganhou o primeiro lugar no Festival. Mas Roda-Viva concorreu com outras grandes composições de artistas renomados, como Alegria, Alegria, de Caetano Veloso (4º lugar), Domingo no Parque, de Gilberto Gil (2º lugar) e Ponteio, de Edu Lobo e Capinam (1º lugar). Roda-Viva ficou em 3º lugar no Festival.
Roda-Viva

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo (etc.)

A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo (etc.)

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo (etc.) 


Chico Buarque/1967
Para a peça Roda-viva de Chico Buarque

      Posto aqui ainda outro vídeo muito interessante: anos após a apresentação no Festival, o grupo MPB4 interpreta novamente a música em seu show, com participação especial de Chico gravada. Excelente! 

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Um pouco de Virginia Woolf

        Hoje, Ivo Barroso publicou em sua gaveta a apresentação que escreveu para o livro  Cenas Londrinas, de Virginia Woolf, traduzido por Myriam Campelo e lançado no Brasil pela Editora José Olympio. Na apresentação, Ivo fala sobre as experiências de Virginia em Londres, a influência da cidade em seus textos e os seis relatos presentes no livro. Além disso, também apresenta uma breve introdução à vida da autora.
        Como Ivo nos mostra, Virginia nutria uma forte paixão pela cidade. Em carta a sua amiga Ethel Smyth, a autora escreveu:

Cenas Londrinas, de Virginia Woolf



"[...]Você nunca compartilhou de minha paixão por essa grande cidade. No entanto, ela é tudo quanto, em algum nicho estranho de minha mente sonhadora, representa Chaucer, Shakespeare, Dickens. Eis o meu único patriotismo.”






Leia a apresentação de Ivo Barroso em seu site Gaveta do Ivo:


Mais sobre Virginia
. Confira também a resenha de Ivo Barroso do livro “V. Woolf – contos completos”: Sem medo de Virginia Woolf

sábado, 16 de outubro de 2010

Liberdade musical com ukuleles

         Vagando pelo Youtube, encontrei um  vídeo que me levou à descoberta de uma orquestra um tanto diferente e muito original : The Ukulele Orchestra of Great Britain. Composta por oito músicos, a orquestra realiza reinterpretações de músicas de variados gêneros através de um único intrumento: o ukulele. Abaixo, o vídeo da orquestra apresentando a música tema do famoso faroeste O Bom, o Mal e o Feio  ou Três Homens em Conflito (The Good, the Bad and the Ugly)



          Genericamente conhecido como guitarra havaiana, o ukulele é um instrumento semelhante ao violão, mas menor e composto por quatro cordas, podendo apresentar diversos tamanhos e formatos. 

Imagem retirada do site oficial: http://www.ukuleleorchestra.com
         The Ukulele Orchestra of Great Britain utiliza, como apresentado na descrição do grupo em seu site oficial, "the limitations of the instrument [ukulele] to create a musical freedom" (tradução livre: as limitações do instrumento [ukulele] para criar uma liberdade musical). Assim, através de apresentações recheadas de ukuleles, canto e assobios por vezes mesclados com humor, a orquestra consegue cativar o público, criando em suas apresentações um agradável ambiente de entretenimento, música e arte. 

         Abaixo, um interessante vídeo de uma apresentação da orquestra, em que diversos fãs levaram seus próprios ukuleles para o evento, tocando junto à orquestra um trecho  da Nona Sinfonia de Beethoven.


Mais sobre a Orquestra
. Visite o site oficial da Orquestra: http://www.ukuleleorchestra.com 
.Veja mais apresentações do grupo em seu canal do Youtube

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Juventude


 
Apesar de, exteriormente, ser jovem, não pertenço à juventude atual. Em minha essência carrego a juventude dos antigos.

- Desenho e texto de minha autoria
Sofia Botelho


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mostra de cinema de John Ford em Brasília

          O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) está promovendo em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro uma mostra de filmes do aclamado diretor norte-americano John  Ford. Responsável por consolidar o gênero faroeste no cinema, John Ford é considerado um dos maiores diretores de todos os tempos.
          Em Brasília, o evento iniciou-se em 28 de setembro e terminará em 17 de outubro. A mostra apresenta 36 filmes do cineasta, incluindo grandes obras como Rastros de Ódio, As Vinhas da Ira e Como Era Verde o Meu Vale. O evento também inclui a realização de cursos especiais para aqueles que desejarem se aprofundar nas obras do diretor.
          Curiosidade: Com três canhotos de sessões diferentes pode-se adquirir um livro-catálogo produzido especialmente para a mostra, contendo artigos e capítulos inéditos no Brasil sobre o diretor e sua obra.

Mais sobre a Mostra
. Veja mais informações sobre o evento no site do Centro Cultural Banco do Brasil
. Confira a programação da mostra em Brasília no site do CCBB
. Visite também o site oficial da  Mostra John Ford e verifique a programação de outras cidades e mais informações sobre o diretor e a mostra.


Trecho de Rastros de Ódio (The Searchers)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Uma Mensagem de Vinícius




Trecho da Música Canto de Ossanha

Amigo sinhô
Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha, não vá
Que muito vai se arrepender
Pergunte pro seu Orixá
Amor só é bom se doer

Vai, vai, vai, vai amar
Vai, vai, vai, vai sofrer
Vai, vai, vai, vai chorar
Vai, vai, vai, vai dizer
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

© Tonga Editora Musical LTDA / Direto
 Vinícius de Moraes 

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Jane Austen e o humor

          No post de hoje, falarei brevemente sobre a escritora inglesa Jane Austen, criadora de obras que, quase duzentos anos após a sua morte, conquistam fãs em todos os países e ganham diversas adaptações para o cinema e televisão.


         Jane Austen nasceu em 16 de dezembro de 1775, em Steventon, Hampshire, um condado da Inglaterra. Através de uma observação rigorosa da limitada sociedade em que vivia, Jane Austen criou personagens profundos e complexos que permanecem vivos até hoje na literatura mundial, sendo considerada uma das maiores escritoras da língua inglesa. Muitos críticos a colocam no mesmo patamar de Shakespeare, por seu riquíssimo retrato da natureza humana em todas as suas complexidades e instâncias.
         Utilizando-se da ironia, Jane Austen estabelece uma crítica à sociedade em que vivia de forma cômica e animada. O tradutor e poeta Ivo Barroso, em seu prefácio para uma nova edição do livro Orgulho e Preconceito traduzida por Celina Portocarrero, afirma:

"Jane Austen não está sozinha na galeria de mulheres escritoras da literatura inglesa de seu tempo: em 1847, Charlotte Brontë publica Jane Eyre, e sua irmã, Emily, O morro dos ventos uivantes; em 1860, George Eliot (pseudônimo de Mary Ann Evans) lança seu “romance novo” (The Mill on the Floss). São todas obras-primas da literatura romântica, sendo que o livro de Eliot inova o gênero com suas preocupações morais e psicológicas. No entanto, nenhuma delas conseguiu ser tão apreciada como  Jane Austen, talvez por lhes faltar esse ingrediente que é uma das pedras de toque da literatura inglesa: o humor."

       Em entrevista para a Revista Platero, Raquel Sallaberry Brião, criadora e dona do site Jane Austen em Português, a maior fonte de Jane Austen no Brasil, diz: "O que a consagrou (Jane Austen) como escritora universal e a mantém tão atual é a sofisticação – com perspicácia, simplicidade e humor – com que escreveu sobre pessoas reais."

          Jane Austen escreveu seis obras completas: Orgulho e Preconceito, Razão e Sentimento, Emma, Mansfield Park, Persuasão e A Abadia de Northanger. Faleceu em 1817, aos 41 anos. Desde então, cada uma de suas obras recebeu diversas adaptações para cinema e televisão, principalmente nos últimos 20 anos.

Mais sobre Jane Austen
. Veja o prefácio de Ivo Barroso na íntegra para a nova edição de Orgulho e Preconceito no seu blog .
. Visite os sites Jane Austen em Português e Jane Austen Sociedade do Brasil, as maiores fontes sobre a autora no Brasil.
. Veja a Entrevista da Revista Platero com Raquel Sallaberry.
. Veja a Entrevista com Ivo Barroso no site Jane Austen em Português. 

sábado, 4 de setembro de 2010

Gaveta do Ivo: um blog sobre a arte da poesia e tradução

         Recomendo para todos os admiradores de poesia, literatura e tradução o blog Gaveta do Ivo, criado em julho deste ano pelo tradutor e poeta Ivo Barroso. Em sua "Gaveta", são publicados regularmente riquíssimos textos e artigos sobre grandes autores e poetas como Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Jane Austen e William Blake, poesias e traduções de sua autoria e recomendações de livros, revistas e traduções.
         Para os que não conhecem este importante personagem da literatura brasileira, segue uma breve trecho retirado do  site do Antonio Miranda :


"(Ivo Barroso) Nasceu em Ervália, Minas Gerais, em 1929 e transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1945. Cursou o Colégio Vera Cruz, bacharelou-se em Direito pela Faculdade do Catete e em Línguas e Literaturas Neolatinas pela Nacional. Foi um dos fundadores da revista Senhor e do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil. Foi assistente do redator-chefe das Enciclopédias Século XX, Delta Larousse e Mirador Internacional. [...]De regresso ao Brasil, após 25 anos de ausência, organizou a edição Poesia e Prosa de Charles Baudelaire para a Nova Aguilar e publicou as obras completas de Arthur Rimbaud pela Topbooks. [...] Foi tradutor de vários livros importantes de poesia e de prosa da literatura mundial.
         Obras originais: Nau dos náufragos (poesia) Lisboa; Visitações de Alcipe (poesia) Lisboa; O corvo e suas traduções (ensaio)".

        Recomendo todas as suas traduções, principalmente as que tive a oportunidade de conhecer: o livro Razão e Sentimento, tradução da obra da escritora inglesa Jane Austen e também o livro 42 sonetos de Shakespeare, em que Ivo traduz com maestria os sonetos daquele considerado o maior escritor e dramaturgo da língua inglesa de todos os tempos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Violeta de cara nova!

         O blog está de cara nova! Resolvi dar vida a este blog novamente, e pretendo atualizá-lo regularmente não só com meus humildes textos, mas com referências a blogs e sites de pessoas que admiro, textos interessantes e livros ou filmes que recomendo.

         Adicionei uma nova página no blog, onde explico a origem do nome Violeta e o objetivo de minhas postagens (basta clicar no menu acima, na ala "sobre"). 
         Um pouquinho do que está lá:

"- Por que Violeta?
O nome Violeta refere-se a uma personagem de um poema escrito pela autora do blog aos 14 anos.


Suas madeixas douradas esvoaçavam por sobre o campo
Executando uma dança harmoniosa
Cujo vento liderava em júbilo.
Brilhavam ao receber os raios incandescentes do sol
E refletiam a luz solitária da lua.

Sorria através de seus olhos violeta ao vê-lo se aproximar
E, no mesmo instante,
Corria aos braços paternos que sempre a protegiam
Como a mais frágil das flores.

Sofia S. Botelho  08/10/2008
14 anos."

Aguardem atualizações em breve!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O vento atravessava as portas rapidamente, movendo com delicadeza as flores que, em um bonito vaso, decoravam o aposento. Dentro havia apenas silêncio. O farfalhar de folhas era percebido por ela, enquanto o sussurro de seu próprio lápis ao roçar no papel a alegrava: há muito tempo não escrevia.
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